A contenda entre os dois potenciais candidatos do PSDB à Presidência pode entrar em uma espécie de "segundo round". O governador Aécio Neves já havia rejeitado a articulação para abrir mão antecipadamente da candidatura tucana em favor do colega de São Paulo, José Serra. Mas agora, segundo informações de bastidores, Serra passará a bombardear a possibilidade de prévias, apesar do discurso público de que a aceitará.
A principal preocupação de Serra seria evitar a disputa prévia com Aécio. Para isso, aliados do paulista argumentarão que será difícil regulamentar as primárias. Haveria dificuldade para definir quem votaria e o formato da disputa.
Estratégia. Serra disse publicamente que aceita a prévia para sair da defensiva e não dar a Aécio desculpa para eventual saída do PSDB. Nos bastidores, vai boicotar. De público, insistirá que 2009 é ano de governar a fim de driblar o convite de Aécio Neves para viajar juntos pelo país.
Defensor da tese de que o PSDB deva lançar uma chapa puro-sangue, com Aécio como vice de Serra, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso admite que a ideia se enfraqueceu. Ainda que venha a apoiar Serra, Aécio não quer ser vice. Nesse contexto, cresce a chance de o DEM ocupar a vaga de vice na hipótese de vitória de Serra na contenda interna. O partido já tem um nome: a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), que fez carreira empresarial de sucesso e hoje preside a Confederação Nacional da Agricultura. Ela seria um contraponto à Dilma Rousseff.
Segundo reportagem da "Folha de S. Paulo", a movimentação de Aécio indica que ele deseja mais do que uma "saída honrosa" - no caso, usar uma eventual derrota na prévia para se justificar perante os políticos e o eleitorado de Minas. Assim como Serra, Aécio enxerga em 2010 sua melhor oportunidade para chegar ao Planalto. Lula estará fora da disputa. E ele acha que, se for o candidato do PSDB, conseguirá atrair maior apoio de fatias do PMDB e do PSB, hoje partidos do campo lulista.
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