São Paulo: A cidade dominada por milícias!

O edital de contratação da Guarda Civil de São Caetano do Sul, no ABC paulista, não previa em 2006 uma investigação social do candidato. Por isso, a prefeitura da cidade diz que não foi possível saber nada sobre a expulsão do guarda Édson Damião Estevam, de 43 anos, da Polícia Militar. Estevam é um dos envolvidos no tiroteio que resultou na morte da adolescente Ana Cristina de Macedo , de 17 anos, em Heliópolis, zona sul de São Paulo, na última segunda-feira. A jovem levou um tiro na testa e morreu na hora.

Estevam foi expulso da PM em setembro de 1997 depois de manter relações sexuais com uma mulher dentro do quartel. Pelas regras da época, ele cometeu apenas uma infração disciplinar, que não o impedia de participar e ser admitido em outro concurso pública. Ele prestou concurso para a Guarda Civil em abril de 2002 e foi admitido em julho de 2006. Na ocasião, apresentou apenas o atestado de antecedentes criminais. A Prefeitura de São Caetano do Sul diz que aguarda apuração dos fatos para tomar as medidas cabíveis previstas em lei.

A prefeitura informa ainda que, como medida preventiva, adicionou a exigência de uma investigação social a partir de 2006, ou seja, na atual gestão. Em julho deste ano, 40 vagas de guardas municipais foram abertas. Os concursados foram chamados para trabalhar em agosto. Dois deles foram dispensados. Um respondia um processo na PM e outro tinha várias passagens por guardas municipais de outras cidades, o que indicaria que ele poderia ser um problema na função em São Caetano do Sul.

Na última segunda, Estevam e outros dois guardas municipais de São Caetano perseguiram um carro roubado e trocaram tiros com os bandidos dentro da Favela de Heliópolis, na zona sul de São Paulo. Ana Cristina voltava da escola quando foi atingida pelos disparos. A adolescente morava com a mãe e a filha, de um ano e oito meses, em um alojamento da Prefeitura de São Paulo no bairro. A família estava à espera de um imóvel da CDHU destinado a famílias removidas.