terça-feira, 19 de outubro de 2010

Ministro do Trabalho critica promessa de Serra em elevar salário mínimo a 600: "não pode fazer"

Ao anunciar o volume recorde de vagas de trabalho geradas com carteira assinada de janeiro a setembro deste ano, em entrevista coletiva, nesta terça-feira (19), em Brasília o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, criticou a promessa do candidato tucano à Presidência da República, José Serra de aumentar para R$600 o salário mínimo. “As pessoas prometem aquilo que não podem fazer, deveriam fazer revisão de suas promessas", afirmou.

O ministro ressaltou que o salário mínimo de 2011, por força da lei atual, será reajustado com base no crescimento do País e da inflação em 2009. "Assim, dos R$510 atuais, passará para R$538, no mínimo, dependendo do que o Congresso discutir", afirmou. O ministro disse que a matéria deve ser votada após as eleições.

Lupi enfatizou que, para 2012, quem quer que seja o presidente, o reajuste do salário terá de levar em conta o crescimento do País e a inflação deste ano, respectivamente de 7,55% e de 4,87%, de acordo com a pesquisa Focus realizada pelo Banco Central com o mercado financeiro. "Assim, o aumento será de 12,79% por força da lei. Independente da vontade deste ou daquele, será de R$606,98", afirmou.

O ministro ressaltou que a única forma de ampliar o salário para 2011 é com uso maciço de emendas pelo PSDB. "O PSDB poderá votar majoritariamente. Nunca fez isso, mas quem sabe? Sejam tomados por um fervor cívico...", ironizou. "As pessoas não devem enganar a população", disse.

Lupi admitiu que “o salário mínimo não cumpre as necessidades da população, mas tivemos mais de 64% de reajuste acima da inflação (de 2003 a 2010)", afirmou, defendendo a continuidade do aumento, mas com "bom senso". "O salário mínimo pode e precisa ser mais? Sim, mas dentro do bom senso, do equilíbrio", afirmou ele, anunciando que o tema será discutido em reunião hoje com as centrais sindicais, em Brasília.

Acostumados com recordes

"Já nem falo mais em recorde, já estamos vendo isso há algum tempo e estamos acostumados", disse o ministro Carlos Lupi, ao apresentar os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados hoje pelo Ministério do Trabalho, que apontam para um total de 2.201.406 de vagas de trabalho com carteira assinada de janeiro a setembro deste ano.

Os melhores nove meses, segundo dados do Caged na criação de empregos até então foram registrados em 2008. Naquele ano, foram gerados de janeiro a setembro, 2,086 milhões de postos de trabalho.

Melhor ano

A meta de Lupi para o ano é a criação de 2,5 milhões de postos de trabalho. Para isso, faltam 298.594 empregos. "Mantenho a meta porque o resultado de setembro sofreu efeito de sazonalidade”, disse, acrescentando que apesar de a geração de empregos formais de setembro não ter batido recorde para o mês, conforme previa, os meses de novembro e dezembro trarão os melhores resultados para os meses.

"Vamos ultrapassar um pouquinho os 2,5 milhões de empregos gerados em 2010, o melhor ano de geração de emprego da história do Brasil", previu.

O ministro negou que o resultado de setembro já represente uma desaceleração do nível de emprego, conforme esperam alguns analistas. "É efeito sazonal, principalmente nos Estados de Minas Gerais, São Paulo e Goiás", argumentou.

Para Lupi, outubro e novembro poderão registrar recordes para os meses em questão porque a tendência do setor de Serviços, o que mais emprega, é o de crescimento por conta das festas de final de ano. "Estamos com crescimento da economia em todos os setores", observou. Nesses meses, segundo ele, além do varejo e do atacado, os serviços de hotelaria também costumam apresentar aumento de contratações.

De Brasília
Com agências

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